Tanto o perdoar como não perdoar tem suas conseqüências, as quais merecem nossa reflexão. Todos nós, diariamente, de alguma forma precisamos lidar com a questão do perdão, o que afeta nossa vida muito mais do que imaginamos. Perdão é um dos grandes assuntos da Bíblia, tratado com muita propriedade e seriedade. Esse não é um tema periférico da vida, ele e central, pois ocupa o coração. Em Provérbios 4.23 diz: “Sobre tudo que se deve guardar, guarda o coração, porque dele procedem as fontes da vida”. A Escritura está dizendo que mais do que qualquer coisa na vida é preciso guardar o coração, e isso implica em considerar o assunto perdão.
No maior de todos os modelos de oração, o “Pai “Nosso” (Mt 6,9-13), encontramos no versículo 12 a seguinte declaração: “ e perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós temos perdoado aos nossos devedores.” Aqui nos deparamos com algo extremamente sério, pois Jesus condicionou o recebimento do nosso perdão ao perdoarmos. Se não perdoarmos, não seremos perdoados, não teremos acesso ao trono da graça. A nossa vida precisa ser coerente com a nossa oração.
Diz-se que: “Ressentimento é ficar bebendo veneno e esperar que o outro morra”. Esse sentimento está sempre presente quando o perdão está ausente. Quando não se perdoa, ressentimento é produzido no coração, e este traz como subproduto um veneno que passa a contaminar todas as áreas da vida. A falta de perdão impede a realização de sonhos que Deus tem para a nossa vida, afeta o relacionamento tanto conjugal como com os filhos e outras pessoas. Muitas vezes os problemas que se tem com outros não estão nos outros, mas sim em nós mesmos. Pesquisa realizada por psicólogos, concluiu que 80% de todos os problemas psicológicos seriam resolvidos se houvesse o perdão. Ou seja, não há dúvidas de que o perdão tem um poder terapêutico muito grande.
Em Mateus 18.21-35, Jesus ensina que aquele que não perdoa passa a viver debaixo de tortura. Muitos resistem ao perdoar porque acham que o sofrimento causado pelo outro não pode ficar assim tão barato. No entanto não percebem que o fato de não perdoarem os tortura e provoca males que lhes custarão muito caro. Quando não se perdoa alguém, carrega-se essa pessoa todos os dias em todo tempo; acorda-se com ela, vai-se ao trabalho com ela e dorme-se com ela. A grande verdade é que a vida pessoal já tem seus pesos inerentes, e quando não se perdoa, carrega-se o peso de mais alguém além do nosso, e esse sobrepeso vai causar muitos danos. Em síntese perdoar é, no mínimo, inteligente e que só nos traz benefícios. Contudo, perdoar não deixa de ser um desafio, e é preciso saber como conseguir perdoar.
Em primeiro lugar é preciso reconhecer o perdão de Deus que nos foi dado em Cristo Jesus e abrir o coração para Ele. A Palavra de Deus nos diz que Cristo morreu por nós, sendo ainda pecadores (Romanos-5.8). Ele não nos perdoou só depois que mudamos de vida, Ele nos perdoou para que nossa vida fosse mudada. Deus nos deu a Sua graça e quer que nós a estendamos a outros, também, através do perdão. Em segundo lugar, o perdão começa com uma decisão, não se trata de esperar que surja uma vontade muito grande de se perdoar para então decidi fazê-lo. Na prática os nossos sentimentos são resistentes ao perdão, é preciso tomar a firme decisão de perdoar e permanecer nela, assim os nossos sentimentos irão se ajustar a ela ao longo da caminhada. Em terceiro lugar, busquemos ajuda naquele que nos perdoou primeiro entregando Sua vida na Cruz. Ele, JESUS, nos ajudará e alcançaremos a grande benção de poder perdoar.
Eis aí a questão: só temos a ganhar quando, de fato, perdoamos.
adaptado, S. Zodrojewski.
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